sexta-feira, 12 de março de 2010

Gal Costa, musa errática do Brasil

Gal

Do tempo que se extraiu e se traduziu a força criativa da canção popular deste país, tendo como veículo mais doce afinado moderno inquieto bonito a voz de Gal... Do tempo que me empurra para a musicalidade desta artista e me mergulha em saudosismos... Eu tão carente de novidades e inerte frente a saudades absolutas... Do tempo que melhor som seria eletrola e vinil e Gal cantando Saudosismo, do meu Caetano Veloso, lembrando o mestre João Gilberto... Do tempo que rádio era Música Popular Brasileira e eu sentia: " esta menina está de brincadeira, ela só dá bandeira, só dá bandeira"; e eu imerso na felicidade de que um dia eu também seria e quantos anos se passaram. Verdade única: Gal Costa é eterna e é a voz mais doce e clara que a natureza água legou ao Brasil.
Do tempo quando eu ainda tinha muito tempo para muito acreditar. Ainda posso ouvir a obra desta cantora que anda sumida... Ainda, com menos tempo, posso sonhar e desejar instantes sonoros de intimidade ternura, outras clarezas: quando paro com Gal, ouço Jussara Silveira e Mariana Aydar... Mariana Aydar para afirmar que o novo sempre vem. Mesmo que nesse novo estejam Maria Bethânia, Clara Nunes, Elis Regina e a própria diva Gal. Saudades do que seria eu e o Brasil em mim e nós não somos. E acho: não terei mais tempo de sê-lo.

Um comentário:

GUTO disse...

Para mim, o valor exato de uma grande voz!!

Abraços,

Guto