quinta-feira, 26 de maio de 2011

O último verão de la Boyita

 Guadalupe Alonso
Nicolás Triese

Cinema argentino. Numa temática já abordada em outras películas espalhadas pela Sétima Arte no mundo: o hermafroditismo; a dubiedade sexual vista também na formação corporal humana. A dureza de existir se descobrindo brutalmente diferente, o menino Mario ( Triese) e o pânico de se vê sendo o que ele não deveria ser.
E Jorgelina. A graça de uma menina bem longe das normalidades estabelecidas, se salvando do mundo dos adultos indo por caminhos criados pela sensibilidade e pela coragem de querer descobrir.
A mistura humana desses dois, poética e poesia sócio-existencial, enche a tela de vida e nossos olhos de lágrimas. Que confusão doída é viver sob o traço da absoluta diferença! Como é duro querer o que não se sabe e se ter sem saber como diante dos outros. Ali, entre os dois, viver é estar em constante partida.
Um filme para nossas almas, reflexão de gente querendo ser, preparação para amar quando se imputa a terrível negação desde já. Cinemão belo, desses que a Argentina tão bem tem sabido fazer.
A atriz, a menina Jorgelina, Guadalupe Alonso é sem explicação: sublime, linda, edificante; vale a pena viver com gente que se forma daquela maneira. A realidade numa personagem sonho. E esta vontade agora de ser e de amar: eu quero!

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