Pássaros habitando a janela e estimulando meus olhos à paisagem de barcos e mar e gente tão perto de mim nesta distância de sempre. Conto o que não sei - ah, esse meu coração poeta! Esses dizeres do ex-possível sentado na cadeira do profundo sonho; mais velha que o desejo humano de amar.
Conto-lhe os pingos do seu silêncio e sobre os nossos incômodos: verdade. Essa face da tranquilidade que desequilibra e a espera. Esse movimento palavra: o sentido do nosso encontro. A falta de casa, de instantes, de coragem, de fogo, ah, esse excesso de água! Conto-lhe o exposto em meus olhos ardendo...
Vivo da emoção deste sonho se repetindo à minha longevidade: será que pensa em mim? Não importa, venci a necessidade de velocidade e na manhã de muitos dias, como esse, você ri pra mim e me fala canções entre a memória e a nuca, entre segredo e denúncia, revigorando em mim o seu jeito que me arranha com a imensa vontade que dá vida. E eu me entrego.
2 comentários:
Forte, nheim? Mas, triste. As águas da tua narrativa me confudiram se eram do mar ou das lágrimas, só deu pra sacar o sabor, parecem salgadas... muito bom, trafiquei!
Que delícia de texto.
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