quarta-feira, 1 de junho de 2011

Amor

Era como acender a luz e se apartar da paz. Viajar para dentro de si buscando o que só estaria fora. Caminhar, em sobressaltos, por sobre palavras velhas e ruas desertas, sentindo frio e fome, apesar do inexplicável calor. Era estar na transformação da luz, sabendo-se naquilo, indo, sem condições de retorno. O mundo não perdoaria. E piorando, nada poderia ser descrito ou narrado educativamente. A alma vivia o descontrole; o pensamento, tal igual às ruas, era quase deserto. E a luz feito chama acesa em incertezas que mais impulsionavam a continuar. Para onde? Como dentro se está fora? Faz parte alcançar? Por que nunca teve roteiro?
Tomou-se o lendário elixir na ausência do outro. Imaginou-se juntos. Maldição mais perversa porque incompleta e solitária. A luz mais acesa que o sol. A luz mais falante que a lua. Ninguém para conversar. Aberta a janela do tempo tendo vento para transportar ao nada. Uma dança. A torre da igreja, linhas cosendo medo, fadiga em uma única recordação: o que dava certo movimento ao pensamento e... O coração em desregramentos.
Foto sobre a luz e aquela caminhada escuridão. Tudo faltava. Nada era em si. Até o silêncio incomodava. Nada era aqui. Olhos castanhos como pergaminho para a escrita da carta de despedida. A maldição. Olhos castanhos chorando. A natureza cobrando. A inutilidade da vida. A redenção na morte. O se refazer sem porquê. A decisão sem sorte naquela canção em notas de sangue, versos velhos, voz feminina; falta de novidade. Desde dois, o mais antigo querido buscado imaginado sentimento humano. Mais sentido se da boca dos românticos.

Nenhum comentário: