sexta-feira, 10 de junho de 2011

João Gilberto: 80 anos


Essa voz me faz serenar e imaginar até onde podemos chegar quando o assunto é criatividade. Mas que tudo: João me comove minimalisticamente. Me comove e impele a muitos sonhos e à sensação de estar dentro do silêncio. Ouvi-lo é ler Manuel Bandeira, cantar ao lado de Caymmi, trompetear com Chet Baker, viajar no canto de Gal Costa, acompanhar as literaturas de Caetano Veloso. Ouvi-lo é estar diante do gênio absoluto da Música Popular Brasileira.
E sarar. Hoje ele fez 80 anos. Não me lembro a data, mas o ouvi cantar, pela primeira vez , no Parque de Exposições de Salvador; ainda adolescente,  naquele dia comecei a sonhar mais e a desejar trabalhar com a palavra, com jornalismo, com o que me deixasse perto da música deste País que gerou nomes como João Gilberto. O homem de Juazeiro da Bahia, cidadão universal aportado na cidade do Rio de Janeiro.

Bravo mestre dos meus mestres e, mesmo distante, grandioso exemplo da força que a criatividade humana tem e quando se expressa: vira um banquinho, o violão e a voz de João: uma espécie de Deus reinventando o som, transubstanciando a canção, eternizando uma nação pelo viés da música.

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