quinta-feira, 30 de junho de 2011

Noutras palavras

É sempre para o centro de mim. Para o meu frescor ou para a falta mais doída. E quase sempre foi tão somente palavra. Aquela força artística me arrancando do cotidiano, me apaixonando, me fazendo dialogar e brigar com o impossível. Eram uns olhos que eu sabia como ninguém. Era a delicadeza mais esperada e ainda escrevia. Para dentro do centro do melhor que existia em mim.
Fui todo sonho. E amor. Um amor desenhado na alma, entre barulho e silêncio, se alimentando de poemas. Coração todo sonho. Olhar todo sonho. Sentir todo sonho. E eu dormindo sem poder acordar. Fascínio. Congelando em mim mesmo. Fascínio - eu tinha que estar em alguma linha da inspiração dele.
O antes selou o desencontro. O durante foram oferendas amorosas inúteis. E o depois, não sei... o tempo circunscrevendo nossa zona mais calada em translúcida saudade.
Nunca se saberá se valeu. Nunca se sentirá a explosão que poderia advir dos corpos. Nunca se avançará para além das explicações e do adeus. Nunca tal igual ao impossível.
Haverá escritos. Subentendidos. Entrelinhas do que não se ousou fazer. Poemas como perguntas seguindo os caminhos da saudade que ficou como resposta.
Noutras palavras: amor que não conseguiu ser.

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