segunda-feira, 20 de junho de 2011

O primeiro que disse


A vida é um tormento. Universalmente. Uma comédia italiana, realizada em 2010, expõe com graça e lágrimas essas dificuldades de existir. Ainda mais sendo gay. Uma família tradicional, rica, italiana com dois membros masculinos gays. Quase uma tragédia, mas o filme é lindamente engraçado, humanamente comovente. A gente sempre se encontra por ali, de algum jeito, em alguma medida. A beleza percorrendo os instantes: essas confusões de ser e de querer, às vezes, sem porquê. Tudo magnetismo e norma também. As normas de um lado e as do outro. Tudo posto para se perceber que a gente tem que apertar o gatilho e sucumbir, até quando der, ao tédio. Mas, mesmo em alguns instantes, se banhar no mistério e perceber.
Com O primeiro que disse - eu percebi. Percepção em Merleau-Ponty. Filosofia em uma poética que não se esgota no bom cinema. E nem precisa ser cabeção. E nem precisa explicar. Basta ser como: O primeiro que disse. Corra. É, então, muito lindo!

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