domingo, 12 de junho de 2011

Pétala (ouvir em silêncio,por favor)


Como mergulhar no encantamento de si mesmo sem perder a dimensão do outro. Como silenciar para ouvir os olhos do outro de luz apagada, em algum vão da casa, sem saber o que vai acontecer. Como renascer das carícias e se embeber em revelações. Como anotar paixão, com a mão, no corpo do outro. Compor uma história com suas digitais, entre misterioso e vulgar, salgar o amor sem partida.
Ouvindo Pétala...
Amar cada traço ou sugestão que componha o inteiro do outro e se permitir amar também: inteiramente. Viajar em horas que devem ser secretas, sabotar o tempo, deixar o vento entrar, acender baixinho a lua, respirar o intenso sentido que guarda o encontro de dois. Por dentro se espantar com a alegria, por fora chorar de emoção.
Ouvindo Pétala...
Alcançar montanhas, tematizar horizontes, festejar frutos silvestres; aportar a dois num livro de poesia; escrever novelas ou contos; refazer-se romântico mas insistindo na vida; ter e dizer muitos sonhos; andar em campos descalço e banhar-se na chuva; reviver pieguices; ser o mais simples para ter o melhor prazer. Conviver. Alargar espaços e agradecer. Lindamente.
Ouvindo Pétala.

Nenhum comentário: