Se muito olhar para trás verei o quanto da minha loucura naquilo que se desfez. Ainda assim doendo, agradecerei. Inclinado a olhar para frente sem contar com amanhãs, nem com a ideia de tempo restante; seguir é o que está certo. Se me pergunto só o presente responde; se me preocupo, só hoje é que me vale.
Sinto as agruras do agora e aí, sinto prazer também. Agora. Tudo que eu amo nunca teve fim e vive comigo no fundo do silêncio que não sei fazer. Tudo que eu amo comunga intenso com todos os instantes desse exato momento e se me revelam para que eu possa entender.
Tudo que eu amo é. E vibra pela ânsia dos meus olhos, o desajuste do meu toque, a excessiva confusão. Confusão amorosa. Dependuro a espera na beirada da janela para ser inteiramente hoje, agora, já. O que passou ou vai passar não é. E o que eu sou é puro amor amando. Já. Puro amor olhando a vida numa dança para a vida sem sonhos ou idealizações. Quando for ontem eu não serei mais. E amanhã, já estarei esquecido.
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